Menos de 60 líderes confirmaram presença na COP30
Menos de 60 líderes mundiais confirmaram presença até o momento na reunião de cúpula que antecede a conferência climática COP30, na semana que vem, no Brasil, um número inferior ao do ano passado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a reunião de líderes para 6 e 7 de novembro em Belém, dias antes da COP, para aliviar a demanda por hotéis.
Os preços elevados de hospedagem dificultaram a organização do evento e geraram incertezas sobre o nível de participação das delegações. A conferência também vai acontecer em meio a tensões geopolíticas e econômicas que roubaram o protagonismo das preocupações climáticas.
Representantes de 143 países, incluindo 57 chefes de Estado e de governo, confirmaram até o momento presença na cúpula de líderes, informou em entrevista coletiva o negociador-chefe do Brasil, Mauricio Lyrio. Líderes de Alemanha, França, Reino Unido, Países Baixos, Noruega, Colômbia, Chile, Cabo Verde e Libéria estão entre os 57 confirmados, informaram esses países à AFP.
A China anunciou que seu vice-primeiro-ministro vai substituir o presidente Xi Jinping. Os líderes de México e Romênia também não participarão, informaram seus porta-vozes à AFP.
O presidente da Áustria anunciou em agosto que não viajaria a Belém, devido ao alto custo. Já os Estados Unidos não planejam enviar representantes, após a retirada de Donald Trump do Acordo de Paris.
A Argentina, liderada por Javier Milei, outro cético em relação às mudanças climáticas, não confirmou presença até o momento, segundo Mauricio Lyrio.
Em 2024, 75 líderes viajaram para a COP29, no Azerbaijão, um número menor que o da edição anterior, em Dubai. Segundo o Brasil, 170 delegações estão credenciadas para as negociações durante a COP30, de um total de 197 signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudança do Clima.
O presidente Lula insistiu na realização da COP30 na Amazônia, maior floresta tropical do mundo, chave na luta contra o aquecimento global e, ao mesmo tempo, vítima desse fenômeno.
"Trazer a COP30 para o coração da Amazônia é também ter ali uma denuncia em três dimensões do que não pode acontecer", disse nesta sexta-feira (31) a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A infraestrutura hoteleira limitada de Belém, no entanto, aumentou o desafio logístico de receber cerca de 50 mil pessoas para o evento. A Organização Mundial da Saúde informou à AFP que vai enviar seu diretor-geral, mas que busca "reduzir as viagens de funcionários" a Belém.
A Organização Meteorológica Mundial limitou o tamanho de sua delegação, "em resposta ao pedido da ONU para manter as delegações pequenas, e também devido a restrições orçamentárias", explicou seu porta-voz.
E.P.Marquez--RTC