RCA Telegram News California - Netanyahu diz que Israel deve derrotar Hamas em Gaza para libertar reféns

Netanyahu diz que Israel deve derrotar Hamas em Gaza para libertar reféns

Netanyahu diz que Israel deve derrotar Hamas em Gaza para libertar reféns

Israel deve "derrotar totalmente" o Hamas em Gaza para obter a libertação dos reféns, afirmou nesta terça-feira (5) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reuniu seu gabinete de segurança para preparar a próxima fase da guerra no território palestino.

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"É necessário derrotar totalmente o inimigo em Gaza, libertar todos os nossos reféns e garantir que Gaza não constitua mais uma ameaça para Israel", afirmou Netanyahu durante uma visita a uma base militar.

À tarde, ele presidiu uma "reunião restrita de segurança de quase três horas" na qual "o chefe do Estado-Maior do Exército lhe apresentou as opções para a continuação das operações em Gaza", segundo os serviços do primeiro-ministro.

Segundo a imprensa israelense, que citou autoridades sob condição de anonimato, "Netanyahu quer que o Exército israelense conquiste toda a Faixa de Gaza", informou a rádio pública Kan.

Vários membros do gabinete confirmaram que o primeiro-ministro "decidiu estender os combates para as zonas onde os reféns poderiam estar detidos", segundo a emissora.

Assim como outros meios de comunicação, o jornal Maariv destacou que essa decisão significaria que o exército "começará a combater em zonas" nas quais vinha se abstendo de atuar nos últimos meses "por temor de prejudicar os reféns, inclusive nos campos de refugiados do centro da Faixa de Gaza".

A imprensa especula sobre uma possível oposição do chefe do Estado-Maior do Exército, o tenente-general Eyal Zamir. Mas o gabinete do primeiro-ministro assegurou, após a reunião, que o exército "aplicará qualquer decisão que for tomada".

- Negociações estagnadas -

Também nesta terça-feira, a ONU deve realizar uma sessão dedicada à questão dos reféns israelenses, a pedido de Israel, que quer que este expediente esteja "no centro da agenda mundial".

Em guerra contra o Hamas desde o ataque do movimento islamista palestino em seu território, em 7 de outubro de 2023, o governo israelense enfrenta uma pressão crescente para encontrar uma solução para o conflito.

Netanyahu sofre uma pressão dupla: em Israel pela situação dos 49 reféns capturados em 7 de outubro que continuam em cativeiro, dos quais 27 teriam morrido, segundo o Exército; e no restante do mundo pelo sofrimento dos mais de dois milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, devastada e ameaçada pela "fome generalizada", segundo a ONU.

"A bola está no campo do ocupante [Israel] e dos americanos", comentou um líder político do Hamas, Hosam Badran, afirmando a vontade do movimento de "parar com a guerra e acabar com a fome".

"Os mediadores continuam em contato conosco, mas até agora não há novas propostas, ideias, nem avanços em relação à retomada das negociações", acrescentou em declarações à AFP, assegurando que seu movimento está "disposto a retomar os diálogos de onde foram interrompidos", após fracassarem em julho.

No terreno, a Defesa Civil reportou 26 mortos desde as primeiras horas da manhã em bombardeios e ataques israelenses.

"Não há lugar seguro em Gaza, todos estamos expostos à morte", declarou Adham Mohammad Younes, um palestino de cerca de trinta anos.

- Entrada de mercadorias -

Na manhã desta terça-feira, o Cogat, órgão do Ministério da Defesa que supervisiona os assuntos civis nos territórios palestinos, voltou a autorizar a entrada parcial de mercadorias privadas no território, de forma "controlada e progressiva".

"O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência da assistência por parte da ONU e das organizações internacionais", afirmou o Cogat.

Um "número limitado de comerciantes locais" poderá enviar a Gaza "produtos alimentícios básicos, alimentos para bebês, frutas e verduras e itens de higiene", explicou o organismo.

O objetivo continua sendo "adotar todas as medidas possíveis para impedir o envolvimento do Hamas no fornecimento e distribuição da ajuda", segundo o Cogat.

Israel impôs um bloqueio total a Gaza no dia 2 de março e suspendeu a medida parcialmente em maio, autorizando apenas a entrada de quantidades muito limitadas, consideradas insuficientes pela ONU.

Segundo o Cogat, mais de 300 caminhões de ajuda entraram em Gaza na segunda-feira. A ONU estima que pelo menos o dobro seja necessário.

O ataque de 7 de outubro de 2023 causou a morte, em Israel, de 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Em Gaza, a ofensiva de resposta de Israel matou mais de 60.900 pessoas, também em sua maioria civis, segundo os números do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007. A ONU considera estes dados confiáveis.

F.Maes--RTC